quinta-feira, 29 de maio de 2008

Por em quanto ainda dá para rir...


Os pescadores já sofrem

O Governo está a estudar o lançamento de uma linha de crédito de 40 milhões de euros para apoiar o sector das pescas. As empresas mais pequenas terão uma bonificação de 100% e as de maior dimensão taxas de juro "altamente bonificadas", ou seja, acima dos 50%. Mas não avançará com esta medida sem primeiro falar com a Comissão Europeia, disse ao DN o ministro da Agricultura e das Pescas. Jaime Silva falou apenas desta hipótese, sem avançar com valores, com as 36 associações representativas do sector com quem se reuniu ontem e não assumindo qualquer compromisso, apesar de saber que a disponibillização de linhas de crédito com bonificação a 100% era um das reivindicações dos empresários.

Aquela não é, contudo, a única medida temporária que o Governo quer tomar para apoiar o sector no seu processo de modernização e para atenuar os efeitos dos preços dos combustíveis nos custos das empresas, já fragilizadas, assegurou Jaime Silva.

"Estamos também a tentar que Bruxelas nos autorize a antecipar o máximo possível dos 60% de fundos comunitários para apoiar projectos de reestruturação, no âmbito do Promar [Programa Operacional das Pescas 2007-2013]", adiantou o ministro. É que muitas das empresas dizem não ter capacidade para avançar com a totalidade do capital inicial que lhes compete. O governante admite ainda que outras soluções poderão vir a ser equacionadas, na sequência de reuniões que o Governo vai realizar com a comissão de trabalho que ontem propôs que fosse criada com quatro elementos representativos de todas as associações do sector. A primeira reunião desta comissão com o Governo decorrerá já na próxima semana.

Entretanto, no dia 21 de Junho, Jaime Silva reúne-se com os ministros das Pescas de Itália, França e Espanha para concertarem posições quanto às medidas de flexibilização a solicitar junto de Bruxelas para fazer face aos problemas que atravessam o sector. E espera que no dia 23, no Conselho de Ministros das Pescas da União Europeia seja tomada uma posição de consenso relativamente aquele dossier.

Fora de questão está a isenção da taxa social única para as empresas de pescas ou o estabelecimento de um tecto máximo para o gasóleo marítimo, outras duas reivindicações das associações. Na opinião de Jaime Silva, o problema do preço alto dos combustíveis afecta todos os sectores de actividade e qualquer medida de apoio directo às pescas para fazer face a esse problema abriria um precedente complicado. Contudo, reconhece que as empresas piscatórias são mais afectadas que outras com o aumento do preço dos combustíveis. O ministro relembra que o sector das pescas já tem isenção de imposto sobre produtos petrolíferos (ISP) e de IVA. O valor global dos impostos não pagos pelo sector das pescas anualmente já ascende a 22 milhões de euros. Na opinião do ministro, as empresas devem é reestruturar-se e modernizar-se. "Devem ganhar dimensão e estar presentes em toda a fileira, desde a pesca do peixe até à sua comercialização junto dos consumidores, por forma a ficarem com os ganhos que hoje ficam nas mãos dos intermediários."

Greve mantém-se

Apesar de a reunião de ontem entre Jaime Silva e as 36 associações representativas do sector ter durado duas horas, a paralisação das empresas de pesca, prevista para amanhã, vai manter-se. Quem o assegurou foi o responsável da Associação dos Armadores de Pesca Industriais, António Miguel Cunha, que no final do encontro leu um comunicado conjunto.

Assim, poderá faltar peixe fresco em Portugal e os preços vão subir nos próximos dias, dizem os empresários e sindicatos das pescas.

O ministro, por seu lado, defende que haverá apenas falta de algumas espécies, como a sardinha, mas não vai haver grande falta de peixe porque o peso das importações é elevado. Contudo, admite que os preços irão subir.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Norte alertou ontem os consumidores portugueses dizendo que deixará de haver peixe fresco no mercado já a partir do próximo fim-de-semana, na sequência da greve do sector que arranca amanhã.

"Peixe fresco, se houver, só da pesca paralela e ilegal, que não passa pelas lotas", adiantou aquele responsável, citado pela agência Lusa.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Preços voltaram a subir

Depois do comentarios dos lideres da OPEP em que disseram não perceber o que se passa com o mercado e do nosso presidente da republica vir dizer que existe muita especulação à volta dos preços do petroleo, mesmo assim os valores dos combustiveis voltaram a subir!!!
A Galp fez um reajuste em +0.7 centimos e a Repsol em +0.5 centimos!
Mais uma vez verificamos que isto parece ser o começo do fim e que para agravar a situação as grandes petroliferas aumentaram imenso os stocks de petroleo (ex. Galp + de 200%).
A OPEP que se gaba de ter petroleo para dar e vender não conegue aumentar a produção de froma a diminiur os preços pelo aumento da oferta.... Será que ainda à quem acredite que não passámos o pico do petroleo??????

segunda-feira, 26 de maio de 2008

O Pico do Petroleo

Apesar de estarmos aqui a falar de fim do petroleo e que vai acabar e que pode ter preços muitos altos, deixem-me explicar porque é que isto vai acontecer....

Como todos devem saber o petroleo faz parte do grupo das energias não renovaveis, isto significa que assim que se esgotar não vai ser possivel voltar a aceder a este recurso.

As grandes regiões produtoras de petroleo no mundo são as seguintes:
- Medio Oriente
- Mar do Norte
- Russia
- Golfo do Mexico
- Venezuela e Brasil
- Nigeria
- Alasca

Aparentemente estariamos descansados estando todas estas regiões a produzir intensamente, contudo o que se passa é o seguinte:
Oficialmente todas estas regiões com a excepção do Medio Oriente, já ultrapassaram o pico maximo de produção, ou seja desde que um posso de petroleo é descoberto é sempre possivel estrair mais petroleo ou aumentar a produção até ao ponto em que a quantidade disponivel é inferior àquela que ja se extraiu.... Por outras palavras, passamos do meio para baixo!!! Eu disse oficialmente porque no medio oriente esta informação é segredo de estado, contudo a ultimas informações não oficiais tambem indicam que os campos de petroleo do maior produtor mundial a Arabia Saudita tambem já ultrapassaram o pico...

Será que estamos a perceber o problema que isto irá causar???

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Canais de distribuição globais....

Como já devem ter reparado, esta historia de que a globalização permite mil e uma coisas está mesmo enraizada.... e aparentemente todas estas coisas são boas ( pelo menos aos olhos dos principais lideres mundiais, quer politicos, quer de opinião ).
Contudo uma das coisas que a globalização nos trouxe e que nós vemos como fantastica é o ir ao supermercado e termos à nossa disposição produtos vindos de 10.000 Km de distancia e tomarmos isso como uma coisa normal.
Será que isto é uma coisa normal?? Será que não nos apercebemos que esse fenomeno só acontece +/- à 30 anos e que nós o aceitamos como uma coisa que vai ser sempre assim??? O que acontece é que para esse produto chegar até nós a um preço razoavel tem que ser o resultado de uma exploração ou produção intensiva baseada em consumos em larga escala de petroleo. Além de todo o consumo para a produção existe ainda toda a cadeia de distribuição que tambem assenta no recurso generalizado a petroleo.
E se fizermos este exercicio para o nosso carrinho de compras e para a maior parte dos produtos que encontramos no supermercado depressa nos apercebemos que sem um consumo em larga de petroleo provavelmente nao tinhamos acesso a 95% dos produtos.
Estes canais de distribuição globais funcionam como o motor de escoamento das produções excedentarias localizadas que existem no mundo, funcionando como um distribuidor mundial de recursos.
Se estes canais deixarem de funcionar atraves do preço proibitivo do petroleo ou mesmo da sua escassez ou desaparecimento como é que nós vamos ter acesso a todos esses productos a que estamos tão habituados?? Como é que os grandes produtores vão escoar os seus produtos?? O que fazer com industrias dimensionadas a uma escala global que apenas vão servir para abastecer o mercado interno dentro de um raio limitado de acção???

Acordar para a realidade

È com alguma apreensão que reparo que a maior parte das pessoas da minha geração ainda não se apercebeu que se as coisas continuarem assim iremos passar metade das nossas vidas sem petroleo e sem o modo de vida que temos hoje.
Se as previsões se verificarem e o petroleo apenas durar mais 30 anos, pensem bem o impacto que isso terá nas nossas vidas.
Hoje em dia todos estamos habituados a ir ao supermercado e comprar umas laranjas espanholas, uns morangos vindos do Brasil durante o inverno, centenas de produtos baratos fabricados na China por “tuta e meia”. Contudo se nos pusermos a pensar, chegamos rapidamente à conclusão que isso só é possivel devido a uma rede de distribuição completamente assente no petroleo.... Já pensaram que Portugal não é autossuficiente em produtos agricolas e que o que temos de bom é o turismo e as rolhas de cortiça??? Então e se os canais de distribução de produtos basicos parar??? Como é que vamos ter acesso aos produtos mais basicos para a nossa subrevivencia como são os produtos alimentares???
Alguem tem um bocado de terra e sabe plantar umas batatas???????

terça-feira, 20 de maio de 2008

O Livro

Fica aqui o livro com o mesmo nome do Blog e que lhe deu origem...
Aconselho todos a lerem e a tirarem as suas proprias conclusões.
A maior parte dos assuntos que serão tratados aqui estão em linha com as ideias defendidas no livro.


Sinopse

O mundo industrializado assenta na energia barata. Agora, porém, o festim dos combustíveis fósseis baratos está a chegar ao fim, as alterações climáticas revelam-se iminentes e existe a possibilidade de os nossos modelos de indústria, comércio, produção alimentar e transportes, a nível global, não sobreviverem. A civilização industrial está em grandes apuros e caminhamos, como sonâmbulos, rumo a um futuro de provações e turbulência. James Howard Kunstler relata-nos o que nos espera depois de ultrapassarmos o pico global da produção petrolífera e iniciarmos, mais cedo do que pensamos, a longa trajectória de depleção – mudanças económicas, políticas e sociais a uma escala épica - A Longa Emergência. Entraremos num território inexplorado da História.
Este livro apresenta uma visão alarmante do que nos espera, conferindo uma nova urgência a esta temática e proporcionando-nos acesso aos problemas críticos que modelarão o nosso futuro e que não podemos dar-nos ao luxo de continuar a ignorar.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Post #1

Este blog terá como principal objectivo alertar as consciencias de todos (ou pelos menos daqueles que se mostrem interessados) nos dias que estão para vir... A nossa sociedade tal como a conhecemos nos dias de hojes é completamente dependente e foi totalmente construida em torno da ilusão dos combustiveis fosseis baratos!!! Com o seu fim anunciado para os proximos 30 anos e com o barril de petroleo a chegar aos impensaveis (pelos menos à dois ou tres anos atrás) $127, está na hora de pensarmos como é que a nossa sociedade irá sobreviver a este fim anunciado.